Trabant fora o símbolo da Guerra Fria, de um mundo que acabou.
O Trabant foi um automóvel produzido pela Sachsenring em Zwickau na antiga Alemanha Oriental, a República Democrática da Alemanha entre 1957 e 1991.
O pequeno “sorridente”, conhecido como “companheiro de viagem” em alemão ou chamado carinhosamente por “Trabi” tinha uma carroceria de plástico que era similar à fibra de vidro, de fabricação barata, porém não reciclável. Problema este enfrentado nos anos 90 em como eliminar as velhas carrocerias abandonadas. O problema acabou exigindo o desenvolvimento de um fungo específico para essa função.
Os dois principais modelos deste pequeno carismático carrinho foram o Trabant P50, também conhecido como Trabant 500, produzido entre 1957 e 1963. Seu segundo modelo foi da série P60, produzida entre 1963 e 1991. As séries 500 e 600 tiveram modelos sedãs e camionetas. Da série 600 também teve uma versão conversível.
O modelo foi criado para ser o carro de trabalhadores, já que o regime socialista considerava qualquer outro automóvel como produto do sistema capitalista. Em seu ritmo naturalmente lento, o desempenho não era o forte do Trabant, que atingia uma velocidade máxima de 100 km/h e acelerava de 0 a 80 em 20 s, apesar de pesar apenas 615 kg. Por outro lado, fazia cerca de 11 km/l na cidade e 14 na estrada.
Ao todo, foram produzidas 3,7 milhões de unidades do modelo, mas a maioria virou sucata. Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, e com o consequente fim da União Soviética, o Trabi não conseguiu sobreviver diante da concorrência das outras marcas.
Mesmo assim, o Trabant foi o carro que marcou a era de domínio da União Soviética e, por isso, foi considerado pela revista norte-americana Forbes um dos dez automóveis que marcaram a história da indústria automobilística mundial.
Atualmente, o Trabant ainda sobrevive nas ruas da Hungria (Budapeste). Para testar o carrinho na Hungria, por exemplo, só se um dono emprestar o carro, pois somente em Budapeste é possível achar algum para alugar, mas não é fácil não! No entanto, em Berlim, há guias turísticos com permissão para circular com o Trabi.
Estima-se que existam hoje cerca de 200 mil Trabants em circulação, cobiçados por colecionadores de todo o mundo. O Trabi permanece como o maior símbolo da extinta DDR – Deutsche Demokratische Republik ou República Democrática Alemã – e de tudo que ela representou. O fim do singelo automóvel coincide com o fim da Guerra Fria e da divisão bipolar do mundo.
Hoje, ele é um marco desse tempo que passou, um tempo que ficou para trás quando sopraram os ventos da mudança.