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Um carrão pequeno: o clássico Fiat 147

A história da marca italiana no Brasil começou através dele, do Fiat 147.

 

Fiat 147 Rallye - 1978
Fiat 147 Rallye – 1978

Há quem diga que a Fiat fez parte da sua história de vida, ao lado de um exemplar Fiat 147. Muitos falam com saudade desse carrinho que foi verdadeiramente revolucionário, para os padrões daquela época, com destaque para o motor transversal e o aproveitamento radical do espaço interno.

Econômico, com boa posição para dirigir, assim como a visibilidade e o desempenho geral. Sua carroceria era mais resistente à ferrugem, que assolava os carros daquela época. E ainda existem muitos rodando até hoje…

O Fiat 147 se tornou extremamente popular no Brasil após seu lançamento. Este “carrão pequeno” teve algumas versões, entre elas a Rallye, com uma pegada mais esportiva.

Super simpático e econômico, o Fiat 147 fez muito sucesso por aqui. Até hoje é lembrado com respeito e carinho pelos proprietários e mesmo por quem apenas viveu na época. Digamos que uns adoravam, outros detestavam, mas enfim, marcou história no país, com o início da era dos compactos moderninhos.

Com um breve relato de sua história, tudo começou mesmo com o Fiat 127 italiano, lançado em 1971, e que foi muito bem recebido na Europa. O Fiat 147 foi o primeiro modelo nacional do fabricante, lançado em 1976, e chegava ao Brasil com a difícil missão de competir no segmento de entrada e enfrentar o veterano Fusca, até então líder absoluto de vendas. Sua suspensão era independente nas quatro rodas, robusta e estável para época. Compacto, ele media 3,63 metros e possuía entre-eixos de apenas 2,22 metros. Seu peso de apenas 790 kg que facilitava no uso urbano e contribuía para o baixo consumo.

Em 1978, o pequeno recebeu a versão Rallye. A promessa de desempenho começava na dispensa do motor mais fraco da gama limitado a 1.049 cm³ (1.050 como se dizia na época) e usado nos mais simples L e GL. O Rallye adotava apenas a versão expandida desse motorzinho com capacidade cúbica elevada para 1.297 cm³, basicamente o mesmo utilizado pelo mais luxuoso 147 GLS. Chegava a ser um foguetinho para a época, pois trouxe a esportividade, com um tempero diferente e explorado no motor. Andava mais que o Chevrolet Chevette GP e ficava no mesmo patamar do Ford Corcel II GT.

A Fiat continuava com suas inovações e no ano de 1979 lançava o 147 movido a álcool. Foi nada menos do que o primeiro carro movido a combustível vegetal no mundo. O motor era o 1,3 litro de 56 cv (líquidos) que entregava desempenho geral superior ao da versão a gasolina.

Para a linha 1980, o 147 passava por sua primeira reestilização, adotando uma nova frente, dessa vez a mesma usada pelo Fiat 127 europeu. A mudança trouxe novos faróis, luzes de posição e piscas nas laterais, grade frontal maior, capô redesenhado e para-choques em plástico polipropileno.

Após a reestilização, o Fiat 147 emplacou de vez e assumiu a inédita liderança em vendas no ano de 1981. Pela primeira vez em quase três décadas, o carro mais vendido não era um Volkswagen. Nessa época, a Fiat já exportava a perua Panorama e o 147 com o nome de 127D, ambos movidos a diesel e destinados à Europa.

Em 1982, chegou a pick-up, tendo outras versões até 1984. Com o lançamento do Uno neste mesmo ano, o 147 começou a ficar ameaçado e suas vendas foram caindo.

No geral, é uma pena que tão pouca gente lhe dê valor como carro antigo. Ver um destes “zerado”, rodando nos dias de hoje, é uma enorme satisfação.

Boa essa sessão nostalgia, não?