Acessórios, Dicas, Geral, Peças

Não tumultue suas férias!

 

Antes de pegar a estrada é preciso fazer uma revisão completa no carro.
Antes de pegar a estrada é preciso fazer uma revisão completa no carro.

Tudo carregado no porta malas do carro: cadeira de praia, guarda-sol, cooler da cerveja e nenhuma mala deixada para trás, nem mesmo a sogra! É hora de encarar a estrada rumo às férias. o/

 

Rodovia congestionada debaixo de um calor escaldante e então você se lembra que não levou nenhuma garrafa com água gelada para vocês beberem durante a viagem e vai ter de pagar 5 reais por uma daquelas de 500 ml nas mãos dos vendedores ambulantes. Pior, nem a água do sistema de refrigeração do carro você checou e não vai adiantar apelar para São Cristóvão quando a luz espia se acender alertando para o superaquecimento do motor. Melhor será comprar todo o estoque de água do ambulante porque vai que…

 

Muitos motoristas acreditam que fazer uma revisão no carro para encarar uma viagem, longa ou mesmo curta, consiste em avaliar níveis de água e fluídos em seus reservatórios, calibragem dos pneus, funcionamento do sistema de iluminação externa como faróis, lanternas, setas, pisca alerta e nível do óleo do motor. Mas não são apenas estes os itens que merecem atenção especial em um automóvel antes de uma viagem. Uma revisão de férias pode parecer complexa mas é perfeitamente executável e extremamente necessária para garantir a segurança de todos os ocupantes do veículo. Ela deve ser feita com antecedência e nunca na véspera pois se houver a necessidade de substituição de alguma peça poderá ser impossível fazê-la de um dia para o outro.

 

Pneus, ferramentas, crianças, bagagens, animais de estimação, chuva, amortecedores, bagageiros… É, meu amigo, pensou que era fácil, não é mesmo? Mas vamos desmistificar tudo para você tornando a revisão automotiva algo simples de ser feita e esta leitura o transformará em um ‘expert’ no assunto. Acompanhe.

 

Falaremos sobre itens de extrema importância! Vamos começar falando dos dos PNEUS, e seu ALINHAMENTO e BALANCEAMENTO:

 

Verifique as condições de todos os pneus, inclusive do estepe. Observe se não há bolhas ou deformidades na carcaça ou na banda de rodagem e, caso existam estas características, substitua o pneu pois seu uso poderá resultar em risco de acidente já que uma explosão, por exemplo, torna-se inevitável em decorrência da pressão interna formada pela alta temperatura. Desgaste irregular em apenas um dos lados do pneu identifica que a suspensão do veículo está desalinhada ou que o mesmo tenha percorrido muitos quilômetros em calibragem inadequada. Verifique a pressão ideal indicada no manual do proprietário atentando para a quantidade de passageiros, bagagem e peso carregado, pois os níveis de pressão se alteram conforme as condições a que os pneus são submetidos.

 

Outro item importantíssimo é a verificação dos sulcos dos pneus que devem estar, no mínimo, com 1,6 mm de profundidade. Eles são essenciais para a drenagem de água em caso de pistas molhadas e previnem aquaplanagem. Um pneu novo tem 8 mm de profundidade em seus sulcos mas não há a necessidade do uso de uma régua, ou de um paquímetro, para verificar se os seus pneus estão em conformidade com as normas de segurança do Código Nacional de Trânsito. Basta observar se os pontos que existem nos espaços de drenagem estão, ou não, aparentes e no nível da banda de rodagem. Se estiverem, o pneu precisa ser substituído. Cheque também as condições das rodas pois um amassado em uma roda de ferro, por exemplo, pode acarretar em fuga de ar do pneu. A maioria das borracharias consertam rodas de ferro avariadas. Já em rodas de liga, que podem quebrar ou trincar, a substituição pode ser necessária quando o conserto se tornar inviável e pouco seguro.

 

Esquecer a água gelada para os ocupantes beberem é irrelevante mas se você esquecer de carregar triângulo de segurança, macaco e chave de roda… “upa lelê”… A primeira a lhe crucificar será sua sogra, que dirá para sua esposa que “com tanto homem inteligente dando sopa ela foi escolher justo você?!” Não dê bobeira! Confira se estes itens estão no carro e teste o funcionamento de todos eles.

Alinhamento da suspensão e balanceamento das rodas são ações que não devem ser ignoradas. Muitas vezes só notamos a necessidade de fazermos este tipo de manutenção quando atingimos velocidades altas e, então, sentimos vibrações no volante quando há desbalanceamento de rodas ou vemos o carro “puxando” para um dos lados em decorrência de direção desalinhada.

 

MOTOR:

 

Um veículo em aceleração constante em uma rodovia exige maior esforço do motor, diferentemente de quando se trafega nas cidades onde há frequentes paradas e breves rotações do seu ciclo. Por esta razão, a observância do nível e a validade do óleo do motor e câmbio, fluído de freios, de direção hidráulica e embreagem, bem como a quantidade de combustível disponível no reservatório de partida a frio, em caso de veículos flex, é imprescindível. O mesmo vale para os filtros.

 

LUZES E VIDROS:

 

Lanternas, luz de placa, farol alto e baixo, pisca alerta e setas devem funcionar perfeitamente e a substituição de uma lâmpada queimada é bem simples e rápida e evita multas quando alguma delas não está acendendo. Verifique o funcionamento dos limpadores dianteiros, traseiros e desembaçadores. Não se esqueça de checar as condições das palhetas e de completar a água do reservatório de limpeza das mesmas e, quando for viajar, limpe bem os vidros em ambos os lados. Carregar uma flanela ou um pano de limpeza para utilizar em caso de embaçamento dos vidros também é uma medida preventiva importante na hipótese de se enfrentar uma chuva durante a viagem.

 

CORREIA DENTADA:

 

Háááá… quem se lembra dela, a correia dentada? O motorista está lá, todo “serelepe” com o carro a 100 km/h e a correia dentada, depois de rodar mais de 50.000 quilômetros, arrebenta e lá se vão as férias da família inteira para o espaço com o motor semi destruído impossibilitando a continuação da viagem. Quando isto acontece, dependendo do motor, pode ocorrer um “atropelamento” de válvula (o pistão que está subindo se choca contra a válvula aberta) ou até mesmo um estrago no cilindro do motor. Neste caso, a conta fica salgada pois os pistões, e talvez até o cabeçote, acabam tendo de ser retificados obrigatoriamente e estes serviços, somados ao valor da mão de obra para a retirada e reposição das peças no motor, não são nada baratos. Por exemplo: num estrago desses em um modelo básico como um Gol 1.0 8V, o conserto pode variar de R$ 1.400 com válvulas empenadas a R$ 2 mil com avarias no cilindro. Num modelo 16 válvulas, com peças e manutenção mais caras, a conta pode subir para R$ 4.500. Uma correia dentada nova e sua substituição não chegam a custar R$ 100, dependendo do tipo de automóvel, claro. Portanto, não arrisque. Consulte o manual do proprietário para saber o limite de quilometragem rodada que suporta a correia do seu carro e, havendo a necessidade, substitua a peça antes de pegar a estrada. Liberte o escorpião do bolso e evite “economia porca” onde você não gasta R$ 100 para depois pagar mais de R$ 2 mil e ainda arruinar suas férias.

 

BAGAGENS:

 

Sabemos como é a relação das esposas com o tamanho das malas quando elas se preparam para uma viagem. Vão vocês ficar fora um dia ou um ano, seja o destino longe ou perto, o tamanho de cada uma das malas dá a exata dimensão de que vocês vão começar uma vida nova em um outro lugar. Então, na hora de carregar toda a bagagem, o motorista é obrigado a se fingir de mágico e, quando as malas não cabem em sua totalidade no porta malas, ele acaba espalhando-as pelo interior do automóvel juntamente com bolsas e sacolas e isto é um tremendo, e perigoso, erro. Todos os vidros do veículo devem estar com 100% de visibilidade para o motorista. Por esta razão, nunca coloque nada sobre a tampa do compartimento traseiro. Não permita a existência de objetos soltos dentro do veículo pois, em caso de uma colisão, eles serão arremessados contra os ocupantes com peso multiplicado podendo, dependendo do objeto, causar uma tragédia. Coloque no porta-malas tudo o que puder e não dispense a tampa que isola o compartimento.

 

PESO X CALIBRAGEM:

 

Como vimos no início deste artigo, em “PNEUS, ALINHAMENTO E BALANCEAMENTO”, é preciso calibrar os pneus, inclusive o estepe, na pressão indicada conforme recomendação do fabricante para o peso carregado. A calibragem deve ser feita com os pneus ainda frios, logo após sair de casa. A dirigibilidade também é alterada quando há carga excessiva no veículo. A potência de aceleração, frenagem e contorno de curvas tem estabilidade reduzida, exigindo do motorista maior planejamento em suas manobras de ultrapassagem e atenção redobrada em descidas de serra. Nesta segunda situação o condutor precisa atentar para o superaquecimento dos freios – o pedal começa fica mole e com curso mais fundo. Neste caso, o carro deve ser parado por alguns minutos no primeiro recuo seguro e o fluido de freio deve ser substituído na primeira oportunidade.

 

Nem sempre é possível colocar toda a bagagem dentro do porta-malas. O bagageiro de teto é uma opção típica e legal, embora não seja ideal e exija maiores cuidados. Eles devem respeitar o limite de altura imposto pela legislação que é de 40 cm de altura. A instalação deve ser feita seguindo passo a passo as recomendações do manual do fabricante porque a pressão aerodinâmica exercida com o carro em velocidade acima de 80 km/h é muito forte e qualquer parafuso frouxo ou entrada de ar pode causar um acidente. O ideal é parar ocasionalmente para checar o aperto e a fixação da bagagem de teto. A conta do combustível também ficará mais salgada, em média 20%, pois o bagageiro se transforma em uma barreira que reduz a eficácia aerodinâmica e aumenta o consumo. Por isso, vale a pena revisar a bagagem que será transportada para decidir se vale mesmo a pena carregar tanto peso sobre a cabeça.

 

CRIANÇAS A BORDO:

 

Os sistemas originais de segurança do automóvel, como cintos de segurança e Airbag, foram projetados com base em indivíduos adultos, tanto na estatura quanto na estrutura óssea. Os equipamentos de retenção infantil foram projetados para reduzir o quanto possível os ferimentos nas crianças no caso de um acidente. Sem eles, os cintos originais e os Airbag podem causar lesões mortais: um cinto de três pontos em uma criança, por exemplo, tende a apoiar-se no pescoço e não na clavícula. Por isso, é vital que se use o equipamento adequado de acordo com a idade e o peso da criança. O bebê-conforto é recomendado para bebês de até seis meses ou até nove quilos e deve ser instalado de costas para o banco do motorista. A cadeirinha deve ser utilizada pelos pequenos de sete meses a quatro anos e instalada da mesma forma que o bebê-conforto. Já o assento de elevação é destinado a crianças de 18 a 36 quilos, sendo imprescindível observar a posição do cinto de segurança em relação à clavícula e pescoço.

Tão importante quanto possuir o equipamento correto é observar se o seu automóvel está apto à instalação do mesmo. Especialistas na prevenção de acidentes com crianças apontam que um dos principais problemas é o fato destes equipamentos terem sido projetados para ser instalados no cinto traseiro de três pontos quando grande parte da frota brasileira possui apenas cintos sub-abdominais no banco traseiro. A presença do sistema de três pontos no banco traseiro deve possuir relevância decisiva na escolha de compra de um automóvel que será utilizado em passeios com a família. Equipamentos de retenção instalados corretamente, tanque cheio, carro revisado, “pé na tábua”. Mas, se até os adultos podem sofrer algum tipo de inconvenientes durante a viagem, é bom saber que as crianças são ainda mais suscetíveis. Elas são menos pacientes e seu organismo é mais sensível. Não dispense sacos de vômito, fraldas e lenços umedecidos para limpá-las caso se enjoem. Brinquedos a bordo e as músicas favoritas dos pequenos podem ser uma forma de combater o tédio durante a viagem, mas atente sempre a objetos pesados que podem se transformar em armas contra os passageiros no caso de um acidente.

 

SE A SOGRA VAI, POR QUE O VIRA-LATAS NÃO?

 

Claro que vai! Quem vai cuidar do ‘Toby’ durante as férias se ele não acompanhar a família? Mas é preciso tomar alguns cuidados para transportá-lo. É necessário que o cão esteja devidamente acomodado e que não impeça a visibilidade do motorista. Uma caixa de transporte, que deve ser fixada com o cinto ou presa atrás dos bancos dianteiros, é ideal para transportar um animal de estimação. Nunca se deve colocá-la no porta malas de um sedã, que é todo fechado, sob o risco de asfixiar seu cãozinho. A caixa de transporte tem de ser grande o suficiente para que o bicho fique de pé dentro dela e possa dar uma volta inteira. A coleira comum presa ao cinto de segurança do carro é um hábito corriqueiro, mas perigoso, pois pode enforcá-lo em uma batida ou freada forte. Por isso, o cinto canino é o mais indicado para cães de médio e grande porte.

 

Siga estas recomendações e certamente suas férias serão só alegria.

 

Boa viagem!