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Linha do tempo da Ford do Brasil

A ligação da Ford com o Brasil começou em 1908. Relembre um pouco da história da marca através da linha do tempo.

A Ford fez história no Brasil. Foram 113 anos de trajetória em solo nacional. Os primeiros carros da marca chegaram ao país em 1908. Mas a produção local teve início em 1919. O anúncio do encerramento da produção e o fechamento das fábricas de carros da Ford no Brasil simboliza o fim de um ciclo centenário da indústria automotiva brasileira.

A primeira fábrica de automóveis do Brasil foi da Ford. A montadora abriu as portas de uma planta na Rua Florêncio de Abreu, no centro de São Paulo. O modelo de produção era o Ford T, apelidado de Ford Bigode, marcou o início da indústria automotiva no Brasil. As peças eram importadas e a montagem, feita aqui.

Ao desenvolver a produção em série de veículos, Ford pôs o mundo sobre rodas, revolucionou a indústria e virou fonte de inspiração para empreendedores e inovadores de todas as áreas. Foram décadas de investimento, pesquisa e inovação, que nasceram com o sonho de Henry Ford de tornar o automóvel acessível para as massas. Foi também um dos pioneiros a acreditar no potencial de desenvolvimento do Brasil. É a marca de carros mais antiga do país.

Abaixo, relembre um pouco da história da marca, os momentos marcantes de sua trajetória, através da linha do tempo:

Linha do tempo da Ford do Brasil

Acompanhe conosco a linha do tempo da Ford do Brasil.

Em 1908, o então Modelo T, recém-lançado nos EUA, começou a ser vendido no Brasil por importadores independentes. O carro ganhou o apelido de Ford Bigode em alusão às duas alavancas localizadas na barra de direção.

No ano de 1919, a Ford Motor Company aprovou a criação da divisão brasileira no dia 24 de abril, com capital inicial de US$ 25.000. Em um galpão alugado na Rua Florêncio de Abreu, no centro da capital paulista, a montagem do Modelo T teve início no dia 1º de maio, com peças importadas dos EUA.

Em 1920, com o aumento da produção, a linha de montagem foi transferida para um novo galpão também alugado. O imóvel ficava na Praça da República, no centro de São Paulo. E, em 1921, a companhia muda para um prédio próprio, na Rua Sólon, no bairro do Bom Retiro, ainda na capital paulista.

O prédio da Ford na Rua Solon, no centro da capital paulista, era aberto ao público e vivia cheio de gente interessada em conhecer os carros. (Foto divulgação/Fonte: Jornal do Carro-O Estado de SP)

O ano de 1925, foi marcado pelo recorde de vendas do Ford T. Os brasileiros compraram 24.250 unidades do modelo.

Em 1928 chega ao Brasil, o sucessor do Modelo T, o Ford Modelo A. No mesmo ano, Henry Ford cria a Fordlândia, uma vila com estilo norte-americano em uma área de 10.000 km² no meio da selva amazônica, no Pará. Havia 1,9 milhão de pés de seringueiras para produção de borracha e, depois, de pneus. O objetivo era acabar com a dependência de fornecedores do Oriente. Mas uma epidemia devastou os seringais e o projeto foi abandonado em 1933. O fim da Fordlândia, ocorreu em 1934.

No ano de 1935, foram importados pela Ford do Brasil, o Anglia, o Modelo Y e o Prefect, produzidos na Inglaterra, além do Eifel, feito na Alemanha. No mesmo ano passaram a ser fabricados motores V8 com peças vindas dos EUA. E em 1938, pouco depois de ser lançado nos EUA, o Mercury começou a ser produzido no Brasil. O carro era feito sob encomenda e para um número limitado de clientes.

De 1941 a 1947, a guerra interrompeu as importações. Além de montar caminhões para o Exército Brasileiro, a Ford passou a adaptar veículos para rodar com gasogênio. Uma espécie de caldeira no porta-malas e alimentada por carvão vegetal. Visava contornar a falta de combustível.

No ano de 1953, é inaugurada a fábrica no bairro do Ipiranga, na zona sul de São Paulo. Com 200 mil m², a planta tinha 2.500 empregados e produzia 125 veículos por dia. E no dia 26 de agosto de 1957, nasceu o primeiro veículo brasileiro da Ford, um caminhão F-600, que saiu da linha de montagem do Ipiranga. A linha nacional foi ampliada, em 1958, com os modelos F-100, F-350 e F-600 com motor a diesel.

Linha de montagem da Ford Motors do Brasil, construindo o primeiro caminhão da empresa fabricado no país, o F-600, na fábrica da Ford no Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo. (Foto divulgação/ Fonte: Estadão Conteúdo/Arquivo)

Em 1960, houve o lançamento do Ford 8-BR Diesel, o primeiro trator produzido no Brasil. No mesmo ano foi celebrada a produção de 30.000º caminhões no país.

Em 1962, nasceram os caminhões Super Ford, com nova cabine e celebração da produção do 75.000º veículo feito no Brasil, uma picape F-100. Naquele ano, a marca bateu pela oitava vez consecutiva o recorde de vendas, com 21.621 veículos e 44% de participação do mercado. E no ano de 1964, comemoraram a produção do 100.000º veículo feito no Brasil, um caminhão F-600. O modelo atingia 99% de  índice de nacionalização.

Em 1967, o Galaxie 500 foi lançado, e é considerado por muitos como o carro mais luxuoso produzido no Brasil. O Sedã, de grande porte, foi feito com o que havia de mais moderno em termos de tecnologia. Também no ano de 1967, com a aquisição da Willys Overland do Brasil, a Ford incorporou a fábrica de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

Em 1968, a planta do ABC passou a fazer a F-100, primeira picape produzida no Brasil. E também o Corcel, um sedã de quatro portas, com motor 1.3 e tração dianteira.

Vista aérea da fábrica de automóveis da Ford em São Bernardo do Campo (SP), em junho de 1975. (Foto divulgação. Fonte: Rolando de Freitas/Estadão Conteúdo/Arquivo)

Em 1970, lançaram a Belina, a versão perua do Corcel. E no ano de 1973, o Maverick chegou ao Brasil e virou sonho de consumo. O modelo era oferecido com carroceria cupê, motor 3.0 de seis cilindros em linha e V8 5.0. E em 1974, inauguraram a Fábrica de motores e peças em Taubaté, no interior do Estado de São Paulo.

Em 1975, um Maverick com motor de quatro cilindros marcou a produção de 1,5 milhão de veículos da Ford no Brasil, na fábrica de São Bernardo do Campo. A linha Galaxie passou a contar com três modelos: Galaxie 500, LTD e Landau. E no ano de 1977, o lançamento do Corcel II, que somou 100 mil unidades produzidas em apenas dez meses.

Em 1978, ocorreu a inauguração do Campo de Provas de Tatuí, no interior do Estado de São Paulo. E em 1979, o lançamento da picape F-1000 com motor a diesel e capacidade para uma tonelada.

1980: Lançamento da versão a álcool do Corcel II.

1981: Lançamento do Del Rey.

1982: Lançamento da Pampa. A primeira picape feita no Brasil derivada de um automóvel.

Em 1983, o lançamento do Escort. Em seguida foi lançada a opção esportiva, batizada de XR3. E no ano de 1985, o lançamento do XR3 conversível e da linha de caminhões Cargo.

1987: Criação da Autolatina. União da Ford com a Volkswagen, com objetivo de reduzir custos por meio da produção de modelos diferentes, mas feitos sobre as mesmas plataformas. Somente em 1995, ocorreu a dissolução da Autolatina. No mesmo ano, a Ford anunciou investimentos de US$2,5 bilhões no Brasil. Foram lançados os caminhões Cargo C-4030 e o semipesado C-2425. A marca passou a trazer o Fiesta da Espanha.

E em 1996, a fábrica de transmissões de Taubaté foi inaugurada, no interior do Estado de São Paulo. Início da produção do Fiesta na fábrica de São Bernardo do Campo. Na planta também passou a ser feito o caminhão Cargo C-814, com peso bruto total (PBT) de 8 toneladas. A marca lançou ainda os novos Escort e Mondeo.

1997: Lançamento do Ka e da perua do Escort. Além disso, a marca lançou a picape compacta Courier, derivada do Fiesta.

1998: Lançamento da nova picape Ranger, produzida na Argentina, com atualizações no visual e versão de cabine dupla. A picape ganhou motor turbodiesel e tração 4×4.

Em 2002, o novo Fiesta é lançado. O modelo, produzido em Camaçari, daria origem ao EcoSport. No mesmo ano a marca lançou a nova Ranger com motor Power Stroke 2.8 turbodiesel, o novo Mondeo e seis versões do Cargo, incluindo o cavalo-mecânico C-4031.

Lançado em abril de 2003, o EcoSport era derivado do Fiesta e foi o primeiro SUV compacto produzido no Brasil. O modelo daria origem a um segmento que não para de crescer e ganha cada vez mais adeptos no mundo todo. E no ano de 2006, ocorreu o lançamento do Fusion, sedã produzido no México. O Fiesta ganhou motor 1.0 Flex RoCam e o EcoSport, as versões Freestyle e 2.0 com câmbio automático.

Em 2008, além do lançamento do novo Ka, marcou a chegada do Edge, SUV feito no Canadá, com a central multimídia SYNC, desenvolvida pela Ford e Microsoft. Em 2009, foi a estreia do Fusion com novo desenho. E em 2010, a chegada do Fusion Hybrid, do novo Fiesta Sedan e do EcoSport reestilizado.

No ano de 2013, o novo Fiesta passou a ser feito no Brasil. Em 2018, o lançamento do Mustang no Brasil. O EcoSport Storm passou a oferecer tração 4×4 acoplada ao câmbio automático e o Ka ganhou motor 1.5 de três cilindros, além de câmbio automático.

Atualmente a versão topo de linha do Ka é a aventureira Freestyle. (Foto divulgação)

Em 2019, a pedreira: O anúncio do fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo. Com isso, a Ford deixou de produzir o Fiesta e a linha de caminhões Cargo no Brasil. E em outubro de 2020, a Ford confirmou a venda da planta de São Bernardo do Campo para a Fram Capital, da área de gestão, e para a Construtora São José, especializada em logística.

E neste início de 2021, a Ford surpreendeu a todos com o fim da produção nacional de veículos.

Ufa! Que linha do tempo, quanta história! A Ford marcou a vida de muita gente. E essa linha do tempo vai emocionar muitas pessoas. Afinal, não é fácil ler o fim de um processo que tem mais de 100 anos de história.

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