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KA e EcoSport: devo antecipar a venda do meu Ford?

Com o fim da produção de veículos Ford, KA e EcoSport saem de linha e preocupa os proprietários dos modelos.

Certamente, a notícia do fechamento das fábricas da Ford no país, mexeu com os atuais proprietários de carros da marca. São modelos que saíram de linha, o Ford KA (hatch e sedã) e o EcoSport. Sem contar com o Jipe Troller! Apesar de pertencer a um mercado específico, possui fãs por todo o Brasil. É mais um modelo que vai deixar saudades por ser um dos melhores 4×4 feitos aqui.

Os donos dos carros ficaram preocupados com a desvalorização dos veículos e surgiram dúvidas sobre como ficarão os serviços. Mas o que fazer no momento? Se eu tenho um carro da marca, devo me desfazer dele? Devo antecipar a venda para não perder tanto dinheiro? E se a ideia for comprar um carro da Ford, é um bom momento?

Donos do Ford KA e EcoSport temem maior desvalorização

Os proprietários dos modelos Ford KA e EcoSport demonstraram ansiedade em vender os seus carros, com medo de uma maior desvalorização. Preocupações geradas com a questão de peças de reposição, manutenção e mão de obra especializada.

Em resposta às dúvidas destas e de tantos outros consumidores, o consultor automotivo Paulo Garbossa, da ADK Automotive, esclarece que nada muda. Ele argumenta que o consumidor é a parte menos afetada nessa história. “Quem realmente perde com o fechamento das atividades nas fábricas da Ford, é a economia do Brasil, principalmente, com a perda de milhares de empregos diretos e indiretos que isso vai causar”.

Garbossa também ressalta que, “a Ford não está saindo do Brasil, mas apenas fechando uma parte das atividades”. Assim como aconteceu com a Mercedes-Benz, que fechou as portas da fábrica de Iracemápolis (SP), deixando de produzir o SUV compacto GLA e o sedã médio Classe C, o cenário real permanece inalterado. “A fábrica fechou, mas os carros continuam sendo importados e eles (a Mercedes-Benz) continuam trazendo peças de reposição.”

O consultor lembra aos clientes da Ford que a empresa esteve no país por mais de 100 anos, e isso refletiu na produção de uma infinidade de peças de reposição. “Até hoje, por exemplo, empresas continuam produzindo peças de modelos como Corcel, Pampa, e até Landau. Mesmo sem fabricação de carros no país, o mercado vai se adequando”.

A Pampa, foi a primeira picape derivada de um carro médio no Brasil, produzida durante 15 anos no país, entre 1982 e 1997. (Foto divulgação)

Para o personal car Gabriel de Oliveira, “por outro lado, para quem trabalha com revenda de automóveis, é o momento ideal de comprar um Ford pelo preço mais baixo. O mesmo vale para quem não se importar com esse tipo de desvalorização e quiser investir em um produto de custo-benefício, pois a pessoa conseguirá ter os melhores argumentos para comprar um carro da marca, principalmente os que saem de linha, por um valor mais competitivo”.

Quanto a desvalorização dos veículos, por certo, irá acontecer. Porém, não tão grande quanto seria se a Ford tivesse realmente deixado o Brasil. Em suma, especialistas recomendam esperar este primeiro momento para ver como o mercado vai se comportar.

Assistência será mantida, diz Ford

A Ford garante que “continuará fornecendo assistência total ao consumidor com operações de vendas, serviços, peças de reposição e garantia para seus clientes no Brasil e na América do Sul”. Os planos de garantia e manutenção continuam valendo normalmente mesmo para os carros fora de linha.

O mesmo vale para os carros novos, segundo a marca, que possuem o Ford Assistance, com assistência 24 horas, “que segue intacto, de acordo com o Manual do Proprietário. Todos os serviços e produtos de pós-venda da Ford, permanecem inalterados”. Que “neste momento, não há mudanças na Rede de Concessionários Ford. Ajustes futuros serão comunicados oportunamente aos consumidores, com total transparência”.

Apesar do fechamento das fábricas Ford no país, a empresa afirmou que permanece comercializando os seus veículos no Brasil, inclusive, mantendo o cronograma de lançamentos, como a chegada da linha Bronco, além da nova Ranger e o Mach E, um SUV elétrico que irá competir com modelos de outras marcas.

A Ford vai passar a atuar no mercado brasileiro apenas como importadora, e não mais como montadora. Seu foco agora é se posicionar na venda de veículos premium, com mais tecnologia embarcada.

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