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História: Volkswagen Brasilia celebra 45 anos de estilo, memórias e cultura

ECOAUTO02 ARQUIVO 27-10-1976 ECONOMIA OE - AUTOMOVEL - Carro Brasília, da Volkswagen. FOTO ARQUIVO/AE

Com mais de 1 milhão de unidades fabricadas, a Volkswagen Brasilia celebra seu aniversário e prova que ainda é um carro popular

Uma responsa falar de um carro brasileiro que foi um marco automobilístico no país. Hoje nossa homenagem é para a Volkswagen Brasilia. Um carro que completa 45 anos em 2018, com mais de um milhão de unidades fabricadas até 1982, segundo Detran.

Batizado com o nome “Brasilia” em homenagem à capital do país inaugurada 13 anos antes, foi um dos primeiros da montadora a serem projetados e produzidos fora de sua matriz, na Alemanha, em 08 de junho 1973. A proposta da Brasilia, na visão do então presidente da Volkswagen do Brasil, Rudolf Leiding, era ser um Fusca adaptado ao mercado nacional, pois apresentava maior espaço interno, com um motor boxer 1.6 de 65 cv, e design com linhas retas, moderno para a época. De acordo com cálculos do Jornal do Carro, para garantir um desses modelos era preciso desembolsar Cr$ 20.830,00, o equivalente a cerca de R$ 19 mil em valores atualizados.

Com versões entre 1973 e 1982, o carro teve um pouco mais de 1 milhão de exemplares produzidos no Brasil, nas fábricas da empresa em São Bernardo e em Taubaté. Quando foi anunciado, era apelidado pela imprensa de “anti-Chevette”, em referência ao seu principal concorrente, da General Motors, que havia sido lançado no mês anterior.

Brasilia, era um carro querido. Veio com o propósito de oferecer espaço interno, ideal para famílias, baixo consumo de combustível, prático para uso em centros urbanos e mantendo a robustez do Fusca. Com seu estilo único, afinal um formato incomum da carroceria, na época também se destacava entre os jovens, pois ainda não existiam tantos carros na década de 1970 fabricados no Brasil, portanto a Volkswagen Brasilia era a melhor opção para a “garotada envenenar”, como diziam. A VW Brasilia tinha personalidade própria, com linhas mais modernas e retas e uma grande superfície envidraçada, o que resultava em ótima visibilidade em todas as direções.

Este ilustre carro entrou no imaginário popular, protagonizando histórias pessoais e produções artísticas. A Brasília voltou para os holofotes na década de 1990, com um sucesso do grupo Mamonas Assassinas. O quinteto lançou em 1995 seu único álbum com a música “Pelados em Santos”, uma canção romântica com muito humor que dizia: “Minha Brasília amarela tá de portas abertas ‘pra mode’ a gente se amar, pelados em Santos.” Também apareceu em episódios do inesquecível seriado Chaves, criado por Roberto Bolaños. Carinhosamente, a “vovó dos automóveis”, mostra com bons números, que mesmo 45 anos depois, ainda faz sucesso por onde passa. A Brasília foi o primeiro modelo com carroceria hatchback feito no Brasil. Como tem a terceira porta (atrás, onde fica o motor), a Volkswagen optou por classificá-la como perua, para aproveitar benefícios fiscais da época. Por isso, ficou conhecido no feminino, como “a” Brasília.

As primeiras Brasílias que saíam do ABC tinham em seu volante um brasão da cidade de São Bernardo, como forma de exaltar a “capital do automóvel”, apelido que recebeu após a inauguração da fábrica da Volks em 1959, durante o governo Juscelino Kubitschek. Em maio de 1980, a Volkswagen apresentou o Gol, outro projeto brasileiro, um carro mais moderno e atraente que “canibalizou” a Brasília que terminou sua produção em março de 1982. E de suas milhares de unidades, 950 mil foram comercializadas no Brasil. Vale lembrar que a VW Brasilia passou por reestruturações leves até deixar de ser descontinuada em 1982. E reforçando nossa memória, o célebre “Besouro” só se despediu em 1986 (com uma breve reencarnação de 1994 a 1996).

Hoje considerada vintage, Brasilia causa admiração em apaixonados por carros e a torna objeto de desejo de colecionadores. Normalmente carros antigos entram num período de esquecimento. Porém, nos últimos anos o interesse por este carro tem sido maior, pelo seu estilo “quadradão” que é bastante procurado, segundo Baldo Santarelli, presidente do Automóvel Clube de São Caetano.

Mais uma curiosidade: Brasília internacional!

Mesmo sendo produzido no Brasil, a Brasília chegou a ser exportada para outros países. Segundo a Volkswagen, o carro foi comercializado em países da América Latina, além das Filipinas, na Ásia, da Nigéria, na África, e de Portugal, na Europa. Ao todo, pouco mais de 133 mil exemplares foram comercializados fora do país. 😱

A Brasilia, da Volkswagen é, definitivamente, um carro popular. Quem gosta vem de uma paixão desde criança pelo veículo. 😍 E quarenta e cinco anos depois, uma boa parte das Brasilias continuam em circulação no Estado de São Paulo. Segundo o Detran-SP, 330 mil exemplares estão registrados. O destaque é para a capital paulista, com 136 mil veículos. Já São Bernardo, cidade que foi berço da Brasília, tem 6,3 mil.

Veja abaixo as 10 cidades paulistas com mais unidades do modelo:

1 – São Paulo – 136.247
2 – Guarulhos – 7.866
3 – Santo André – 7.391
4 – Campinas – 7.297
5 – São Bernardo do Campo – 6.310
6 – São José dos Campos – 4.117
7 – Sorocaba – 3.999
8 – Osasco – 3.864
9 – Ribeirão Preto – 3.585
10 – Jundiaí – 2.976

Brasilia, o carro grande de roupa justa! 🙂👍  Assistam o vídeo da “Best Cars” sobre curiosidades da VW Brasilia. Vale a pena ver!

#AutoPeçasMolina é informação! 😉