Coronavírus atravanca a produção de carros na China e muda agenda de executivos no Brasil

Grande parte da produção de carros na China foi paralisada, com foco na cidade de Wuhan, devido o surto do coronavírus

Vocês já imaginaram uma cidade imensa como São Paulo parada? Fechada? Como se fosse uma prisão? Ninguém sai e ninguém entra na cidade? Imagino que, como vocês, isso nunca passou pela nossa cabeça! É isso que ocorre em uma das maiores metrópoles da China, a cidade de Wuhan, chamada de a “Detroit chinesa”. Está em estado total de alerta devido o surto do coronavírus, considerado altamente mortal.

A cidade chinesa, com cerca de 11 milhões de habitantes, é o berço de grandes instalações fabris da General Motors (GM), Honda, Nissan, PSA e Renault, contando também com unidades das chinesas SAIC (parceira da GM) e Dongfeng (parceira e acionista da PSA). Saiba que só a unidade da SAIC-GM emprega cerca de 6 mil pessoas, 10% do total da empresa no país.

E com o avanço do coronavírus as montadoras na China paralisaram sua produção. A cidade de Wuhan, onde os primeiros casos de contaminação foram registrados, é onde se concentra grande parte de produção de carros paralisada. A cidade está praticamente isolada! O aeroporto e as estações ferroviárias foram fechadas. Todos os serviços de transporte público da cidade foram suspensos. E algumas das principais rodovias foram fechadas. A crise que se abateu sobre Wuhan começou a ameaçar a economia chinesa como um total e, acertadamente, um dos setores mais importantes que é o automotivo. Além das diversas fábricas de automóveis, incluem as autopeças e sistemas para a indústria automobilística.

Outra situação complexa com esse surto do coronavírus, é que vem afetando a rotina também de montadoras chinesas que operam no Brasil. Se por enquanto o abastecimento de carros chineses no país não deve ser prejudicado, o ir e vir constante de empregados das marcas entre China e Brasil pode sofrer alguma atribulação.

JAC Motors do Brasil

A chinesa JAC, que estreiou no Brasil em 2011, diz que a epidemia não deve alterar o cronograma de lançamentos nem a vinda de futuros lotes de carros importados. Contudo, uma viagem programada do presidente da marca no Brasil, Sergio Habib, foi cancelada por precaução. E seus funcionários tiveram mais uma semana de férias coletivas, assim retornarão ao trabalho só em 10 de fevereiro.

Lifan

No caso da chinesa Lifan, foi confirmado a ida de executivos na China para as festividades do ano novo chinês. Porém, os executivos estão na região de Chonguing, a cerca de 850 quilômetros de Wuhan, ou seja, a delegação está fora da zona de risco. E mesmo com previsão de retorno ao Brasil para a próxima semana, ainda assim, passarão pelas rígidas medidas de segurança impostas pelo governo chinês para conter a epidemia. O estado de todos os passageiros é verificado antes do embarque em qualquer avião em solo chinês.

Montadoras na China

A PSA resolveu retirar seus funcionários franceses expatriados de Wuhan. Tudo para que o vírus não se alastre. Devido a confirmação de três casos na França. Já a Honda comunicou que suas fábricas ficarão fechadas, pelo menos até 2 de fevereiro. O porta-voz da Renault, Rié Yamane, afirmou que a fabricante “está estudando cuidadosamente a questão internamente junto dos diferentes departamentos da empresa”. E o porta-voz da GM, Jim Cain, por sua vez, disse que a empresa está acompanhando o desenvolvimento do caso e aconselha os funcionários que não estão se sentindo bem para não irem ao trabalho. Importante: as fabricantes estão em total cooperação e sempre respeitando os regulamentos das autoridades chinesas.

Fica o alerta: situação do coronavírus até a manhã desta sexta-feira (31)

- 213 mortes na China
- 9.720 casos suspeitos na China
- Outros 20 países têm mais de 100 pacientes infectados
- Reino Unido confirmou o primeiro caso de coronavírus
- 9 casos suspeitos no Brasil até 7h de sexta (31)
- Testes da vacina devem começar em junho
- OMS declarou emergência de saúde internacional para o coronavírus