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Como funcionam os radares de trânsito?

Segura o pé galera! E redobrem a atenção nas ruas e estradas. Radares por todos os lados!
Quem gosta de dirigir pelas estradas e avenidas das principais cidades, eventualmente, precisa redobrar a atenção e ficar de olho na indicação de placas e também do velocímetro para não passar pelos radares de trânsito com velocidade acima da permitida. Hoje vamos explanar sobre como funciona esse aparelho e como ele detecta a velocidade do seu carro.

 

Sabemos que os radares eletrônicos são ao mesmo tempo um suporte para a segurança dos motoristas e um incômodo para os usuários do sistema viário. Isso acontece porque há muitos que julgam os radares como “caça-niqueis”, mas a verdade é que, em locais que há a presença desses redutores de velocidade, o índice de acidentes pode cair muito.

 

Os temidos "pardais" são os mais comuns nas vias urbanas.
Os temidos “pardais” são os mais comuns nas vias urbanas.

Muitas pessoas imaginam que o sistema de radares é algo simples, porém emprega-se muita tecnologia em cada um dos famosos “pardais”, que estão nos postes das avenidas mais movimentadas. Para entendermos melhor, basicamente, um radar é um dispositivo eletrônico que enxerga um tipo diferente de luz, a radiação eletromagnética. Como se fossem morcegos que enxergam no escuro, os radares emitem um pulso eletromagnético em todas as direções e esperam o retorno do pulso quando este encontra alguma superfície capaz de refleti-lo.

 

O radar usado nas cidades não é, na verdade, um radar, mas um sensor localizado no chão trabalhando em conjunto com uma câmera digital e um flash. Entendeu? Tá achando que é pegadinha? Então prepare-se para adicionar mais esse assunto ao seu plantel de conhecimentos sobre tecnologia!

 

Vamos lá! Agora que você já sabe como é o funcionamento dos radares em geral, está na hora de saber como funcionam os equipamentos utilizados pelas empresas responsáveis pela fiscalização das vias urbanas. Podemos dividi-los em dois segmentos principais: fixos e móveis, sendo que cada um deles possui suas particularidades.

 

Os mais comuns nas cidades brasileiras são os fixos, também conhecidos como “pardais”, conforme já mencionamos. Estes radares fixos, ficam acoplados aos postes em vias muito movimentadas ou em que ocorrem muitos acidentes. Por lei, é obrigatório que as vias fiscalizadas possuam sinalização indicando a presença dos sensores de velocidade. Isso evita que os motoristas sejam pegos de surpresa pelos aparelhos. Ao passar por um ponto fiscalizado, você pode perceber que não existem apenas as câmeras no poste. O sistema possui também três faixas de sensores e um computador que calcula a velocidade e transmite os dados até as centrais da empresa responsável (ele fica em uma caixa, logo abaixo das câmeras). Agora, vamos entender a importância de cada peça desse complexo aparelho.

 

Uma das peças que compõem os radares são os sensores magnéticos. Eles podem ser vistos por qualquer pessoa, pois não é difícil identificá-los. Perto dos “pardais”, sempre podem ser vistas algumas marcações no chão. São os sensores magnéticos que enviam os pulsos até os computadores de medição, em que serão realizados os cálculos que indicam em quais velocidades os motoristas passam pela via. Três sensores funcionam em conjunto, criando um campo eletromagnético. Como os veículos são compostos por elementos ferromagnéticos, os sensores são afetados por eles. Dessa maneira, assim que o carro ou a motocicleta passar pelo primeiro sensor, o campo magnético é anulado e reativado quando o segundo sensor for acionado. Rapidamente são realizados cálculos entre a distância e o tempo, para que seja definida a velocidade com que o veículo cruzou os sensores. É aquele mesmo cálculo das aulas de física – “a distância dividida pelo tempo percorrido é igual à velocidade” – que define a quantos quilômetros por hora o motorista estava. Se estiver acima da velocidade permitida, o cálculo é refeito entre o segundo e o terceiro sensor. Sendo confirmado o excesso de velocidade, as câmeras (que estão em constante funcionamento) armazenam a imagem do veículo e a enviam para a central de infrações.

 

Outra peça essencial para o funcionamento dos radares são as câmeras de captura. As câmeras ficam ligadas o tempo todo, mas não armazenam os dados de todos os carros. Quando um veículo está mais rápido do que deveria, a imagem é paralisada e enviada para as centrais. Só então os profissionais responsáveis entram em cena e identificam as letras e números das placas captadas. Assim que for identificado o veículo, a multa é emitida e enviada para a casa do proprietário. Após a emissão, o dono do carro autuado tem 15 dias para apresentar um condutor. Não o fazendo, a multa e os pontos serão aplicados sobre a carteira do proprietário.

 

Agora, de nada adiantariam os sensores localizados no chão das vias se não existisse um “computador” para calcular a velocidade com que os carros passam sobre eles. O aparelho realiza os cálculos e os compara com a velocidade máxima programada para a via. Caso esteja de acordo com o exigido, nada ocorre. Mas se ao cruzar os dados o computador verificar que há o excesso de velocidade, então ele ordenará que a câmera capture a imagem do veículo e a fotografia é redirecionada para a central. Ao anoitecer, é esse equipamento que ativa os sensores infravermelhos das câmeras para que elas captem as placas mesmo com pouca luz.

 

É importante dizer que os radares fixos só são instalados após estudos muito profundos sobre a importância deles nos locais e após avaliação do INMETRO, que também é responsável pela aferição e fiscalização de cada um.

 

Quanto aos radares móveis, não há dúvidas. Os radares móveis funcionam da mesma maneira do que aqueles utilizados pelos militares na busca de inimigos. Sempre acompanhados de membros do departamento responsável pela via, ou seja, Polícia Rodoviária Estadual ou Federal, Departamento de Trânsito Estadual ou Municipal, etc.

 

As “armas de radar” (aquelas que são empunhadas pelos policiais) emitem sinais de rádio para os carros. O tempo entre uma emissão e outra é constante, mas os reflexos não oferecem a mesma constância (a menos que o veículo esteja parado). A diferença entre uma reflexão e outra representa o “efeito Doppler”. Lembram-se das aulas de física? Para refrescar sua memória, vamos a um exemplo prático do efeito Doppler: quando uma ambulância está se aproximando, você ouve a sirene de uma maneira e, quando ela está se afastando, você ouve de outra forma. Devido à distância, percebemos a frequência de um jeito diferente. Essa diferença está de volta com os radares, mas em vez de percepção sonora o que muda são as frequências das ondas eletromagnéticas. Dessa forma, é possível calcular a velocidade com que os objetos estão se aproximando. Também é assim que os institutos de meteorologia calculam quando as chuvas chegarão às cidades.

 

Com esse efeito, o mesmo equipamento de medição realiza os cálculos e fornece a velocidade para o policial responsável. Para resultados mais confiáveis, geralmente há dois equipamentos juntos nas estradas e ruas. Dessa forma, se for confirmado o excesso de velocidade, o motorista é multado da mesma maneira que acontece com os radares fixos.

 

Esses são os dois tipos de radares utilizados para a fiscalização da frota brasileira. É necessário lembrar que todos os fixos devem ser fiscalizados pelas agências de trânsito (municipais, estaduais e federais, de acordo com a via) e também precisam passar por constantes manutenções para evitar erros nas medições.

 

E aí, você entendeu como funcionam os radares? Afinal, esses equipamentos fazem parte das nossas vidas! rs