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Carros elétricos: o pódio dos modelos premium

O segmento está longe de ser acessível. Contudo, a onda dos carros elétricos e híbridos, finalmente começa a ganhar mais corpo no Brasil.

Os carros elétricos vem mostrando sua força. Contudo, ainda não há um mega-plano brasileiro de eletrificação. O mais próximo disso é o regime Rota 2030, sancionado por Michel Temer em 2018, em que a indústria automotiva se compromete a reduzir as emissões de gases tóxicos por veículos a combustão.

O Rota 2030 também garante redução de impostos para a venda de carros elétricos e híbridos, mas não há qualquer data ou planejamento para que o Brasil, que tem a Petrobras como uma de suas maiores estatais, deixe de usar combustível fóssil, ou de cana-de-açúcar.

Revolução silenciosa dos carros elétricos e híbridos

Em 2020, mesmo com a pandemia, as vendas de veículos eletrificados bateram recorde no Brasil. Foram 19.745 unidades emplacadas, 66% a mais do que em 2019 (11.858) e 397% a mais do que 2018 (3.970), enquanto as vendas de veículos à combustão caíram 26% em 2020.

Podemos dizer que existe uma “revolução silenciosa” dos carros elétricos e híbridos. A informação foi revelada pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Estima-se que a frota de eletrificados no Brasil seja de 42.269.

Ainda que de maneira lenta, todo esse movimento mostra que o país está seguindo o mesmo caminho do restante do mundo. Segundo levantamento da consultoria sueca EV-volumes.com, o segmento de eletrificados cresceu 43% ao redor do mundo no último ano. E a Europa é a grande responsável por esse aumento, foram quase 1,4 milhão de veículos do tipo vendidos.

Por que o carro elétrico é ainda tão caro no Brasil?

Há alguns fatores que explicam os valores exorbitantes cobrados pelos modelos eletrificados no Brasil. Antes, a bateria de um carro elétrico era a grande vilã, mas, ainda possui seu peso. Hoje, a carga tributária é o maior empecilho. “Precisamos seguir crescendo para não perder o timing do crescimento da mobilidade elétrica no país”, afirma Thiago Sugahara, vice-presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

Ele conta que os impostos aplicados sobre o carro elétrico já caíram muito no Brasil, mas poderiam melhorar ainda mais. Antes, o imposto de importação era de 35% e, em 2015, foi para zero no carro elétrico e 2% no híbrido. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) era de 25% e, em 2019, baixou para 9%, em média. “O problema é que, em países da Europa, os veículos com mais eficiência energética pagam menos impostos e, no Brasil, acontece o oposto”, revela Sugahara.

E sem vender muito no Brasil, não há larga economia de escala. Consequentemente, as marcas não montam em torno de si uma estrutura de sistemistas e fornecedores locais. “Uma coisa está ligada a outra. A escala derruba os preços; porém, a nossa realidade impede que o veículo elétrico seja mais barato. Dessa forma, continuaremos dependendo das importações, com a cotação do dólar lá em cima. Desse jeito, os veículos sempre serão caros”, completa Adalberto Maluf, presidente da ABVE.

Hoje, vencer as barreiras fiscais é o maior desafio da indústria para que os carros elétricos se multipliquem nas ruas.

O pódio dos modelos premium

O segmento está longe de ser acessível. O modelo elétrico mais barato do país é o JAC iEV20 e parte de R$ 149.990, ficando muito acima do que o público está disposto a pagar em um crossover subcompacto. Por este motivo, as vendas de carros elétricos e híbridos no Brasil são impulsionadas por veículos premium. Agora, veja quais são os três carros elétricos mais caros do Brasil. É de tirar o fôlego!

1º) Lexus LS 500H – R$ 940 mil: O luxuoso sedã da Lexus tem motorização híbrida de 299 cv de potência. Ele roda 10,5 km/l na cidade e 11,5 km/l na estrada.

Lexus LS 500H. (Foto divulgação)

2º) BMW I8 – R$ 650 mil: O modelo da marca alemã é vendido em duas versões: cupê e roadster. O motor desenvolve 374 cv de potência.

BMW I8. (Foto divulgação)

3º) Mercedes-Benz EQC 400 – R$ 630 mil: O motor do SUV elétrico da Mercedes rende o equivalente a 408 cv de potência e proporciona autonomia de 440 quilômetros.

Mercedes-Benz EQC 400. (Foto divulgação)

Moral da história: as marcas de luxo são as primeiras a abraçarem a causa do futuro eletrificado. A única certeza que podemos ter é que a motorização dos carros será elétrica e híbrida. Se será amanhã ou daqui uma década, duas ou três, não sabemos.

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