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CARRO NA ENCHENTE TEM SALVAÇÃO?

Esta segunda-feira (12) foi mais um dia de pancadas torrenciais ao fim da tarde na grande São Paulo. Também pudera, atingimos a marca de 35,4º C neste primeiro dia útil da segunda semana do ano.

 

Quem estava a pé teve de procurar abrigo para se defender dos raios que anunciaram a tempestade e continuaram caindo durante a forte chuva que atingiu a capital paulista. Já os motoristas que estavam nas ruas tiveram de desviar de troncos e árvores inteiras derrubadas nas vias e de dezenas de pontos de alagamentos transitáveis e intransitáveis. E é aí que está o “x” da questão; quando dá para vencer um ponto de alagamento com segurança? Nem sempre a máxima de que “se a água estiver na altura da metade do pneu, dá para seguir”, acaba valendo. Isto porque, se houver água pela metade do pneu, o escapamento poderá estar coberto, dependendo do modelo do veículo ou, no mínimo, estará recebendo “espirros” de água em seu cano que poderão ser aspirados com o ar e chegar ao motor. O melhor a fazer diante de um ponto de alagamento é não arriscar e esperar a água baixar. Mas se o compromisso for inadiável como, por exemplo, a esposa no banco traseiro, prestes a dar à luz; então o jeito é avançar, ou não, optando por buscar socorro do SAMU (192) ou Corpo de Bombeiros (193).

 

Alagamento em meia roda
Alagamento em meia roda

Para ir em frente em uma via alagada é preciso parar o carro antes de “mergulhar” no alagamento e engatar a primeira marcha para seguir em aceleração constante, controlada pela embreagem, sem diminuir ou aumentar a rotação do motor, que deve ser mantida em 2.500 RPM, fazendo com que a água seja impedida de entrar no escapamento pelo ar que ele estará liberando se o motorista adotar o comportamento indicado. Se o veículo possuir transmissão automática de marchas, a troca deve acontecer de forma manual na opção “1”, observando a rotação ideal (2.500 RPM) para efetuar a travessia. Porém, se a água cobrir todo o pneu, melhor é não se expor.

 

Mas tem motoristas que acabam tendo seus carros tomados completamente por alagamentos quando os estacionam, antes das chuvas, em vias que inundam e, quando a chuva dá uma trégua e as águas baixam, a imagem que fica pode ser desoladora. O que fazer? Será que é possivel recuperar um veículo que fora inundado?

 

Salvando um carro durante e depois da enchente

 

Se um veículo “morrer” durante a travessia em um local alagado o motorista não deve, em hipótese alguma, tentar religar o automóvel já que mantê-lo desligado reduz a chance de se causar danos ao motor se houver calço hidráulico, que acontece quando há entrada de água na câmara de combustão impedindo que o pistão faça a compressão da mistura ar/combustível. Se o motorista insistir em dar partida no automóvel em uma situação como esta, ele provocará o empeno de bielas que resultará na trinca do bloco ou travamento do motor, podendo ocorrer as duas coisas.

 

Existem oficinas especializadas na reparação de automóveis submetidos à areas alagadas mas, muitas vezes, seus mecânicos não “operam milagres” e recusam determinados serviços de manutenção em veículos que foram inundados, indicando perda total.

Buraco no bloco por calço hidráulico
Buraco no bloco por calço hidráulico

Quando a água alcança apenas o carpete do assoalho, o serviço de higienização e troca de feltros de lã pode custar em torno de R$ 400. Mas, se os assentos dos bancos e itens mecânicos forem atingidos, o custo do conserto pode ultrapassar R$ 1.500. É possível executar-se a limpeza dos bancos lavando ou trocando suas espumas. No primeiro caso, é preciso aguardar a secagem do material por, no mínimo, cinco dias. Mas se houver calço hidráulico, aí “a vaca vai pro brejo” pois o custo pode ultrapassar R$ 10 mil ou, dependendo do modelo do veículo, até R$ 20 mil.

 

Se a água atingir e até cobrir o painel do automóvel, o serviço poderá custar muito caro e não compensar, financeiramente, nem solucionar problemas causados pela inundação interna do carro. Isto porque os sistemas elétricos e eletrônicos acabam sofrendo oxidação e formação de “zinabre” (nome dado à camada de cor azul esverdeada) por ficarem cobertos pela água, o que resultará em completa perda de repasse de informações pelo circuíto. Carros populares, com poucas opções eletrônicas à disposição de seus proprietários, são os menos suscetíveis a problemas por enchente.

 

Se o valor do conserto ultrapassar 70% do valor do veículo e este for segurado, considera-se, pela seguradora, perda total do automóvel e seu proprietário é indenizado. Algumas companhias de seguros arcam com os custos de manutenção quando estes não atingem o limite para a perda total. Porém, para tanto, o segurado tem de pagar uma franquia, cerca de R$ 2 mil, para ter seu veículo recuperado.

 

Da rua alagada à oficina mecânica

 

Quando um veículo enfrenta uma enchente ele deve ser rebocado para uma oficina mecânica, caso tenha “apagado” durante a travessia em um ponto de alagamento. Mesmo que não tenha ocorrido o seu desligamento, o automóvel deve ser vistoriado por um mecânico profissional, principalmente se os seus sistemas eletroeletrônicos, módulos de injeção eletrônica e filtros, forem atingidos pelas águas.

 

Todos os filtros devem ser trocados e a checagem dos rolamentos de rodas, sistema de embreagem, alternador e motor de arranque também precisa ser feita. Se não for preciso trocar os rolamentos, certamente será necessário engraxá-los novamente devido à remoção da pasta anterior pelas águas correntes da enchente.

 

Também é imprescindível a troca de todos os fluídos (de freio, direção hidráulica, de óleo do motor, radiador). Em caso de contaminação do tanque de combustível por água de enchente, é necessária a remoção de todo o combustível e retirada do tanque para que se efetue sua limpeza completa. Depois de recolocada a peça e reabastecido o combustível, é necessária a adição de fluído.

 

Mas, lembre-se; não coloque sua vida em risco. Em caso de alagamento, procure estacionar em um ponto alto, longe de árvores, e espere a chuva parar e a água baixar.

 

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