Carros por assinatura: a nova onda do setor automotivo

Você conhece o serviço de carros por assinatura? Fabricantes apostam nesta modalidade. Saiba sobre o assunto aqui!

Carros por assinatura ganham força no Brasil. Ninguém sabe ainda qual o tamanho desse mercado no país, porém a expectativa é de crescimento rápido. Essa é uma tendência que vai acelerar o país, pois lá fora o modelo de negócio já é um fato.

Fabricantes avançam no mercado de carros por assinatura

A cada dia surgem novas soluções em mobilidade. Ao que tudo indica o carro por assinatura é um movimento que veio para ficar. Será que ser dono de um automóvel vai ser artigo de luxo no futuro? É o que apostam algumas fabricantes que aderiram ao sistema de aluguel de carros por assinatura.

A nova onda dos carros por assinatura chegou ao mercado há alguns anos. Começou com as empresas tradicionais de locação. De alguns anos pra cá, temos a Porto Seguro, com seu programa “Carro Fácil Porto Seguro”, que foi acompanhada pela Localiza, com o “Localiza Meoo”, a Unidas com o “Unidas Livre”, e também pela Movida, com o “Movida Mensal”, cada qual com sua particularidade.

Mais recentemente entraram no mercado as fabricantes, montadoras e concessionárias, que passaram a enxergar a locação de veículos por longo prazo como um novo nicho de atuação. E esse é o foco para se manterem no jogo, explorar todas as tendências no campo da mobilidade, sejam as tecnológicas, como a propulsão elétrica e autônoma, ou os formatos de vender produtos e serviços. Assim, marcas como Volkswagen, Fiat, Jeep, Audi, Toyota e Renault já oferecem no Brasil o serviço de aluguel de carros por assinatura.

A nova onda ganha força no Brasil

Ter um carro era um símbolo de status. Atualmente, o carro tem sido considerado apenas como um meio de transporte. Dizemos mais: Se nos últimos 100 anos o carro foi objeto de desejo para diferentes gerações, agora ele é visto cada vez mais como um serviço, e não como um bem a ser conquistado.

Essa mudança de paradigma tem levado todo o setor automotivo a buscar novas soluções de mobilidade urbana, onde o carro deixa de ser um objeto de desejo e passa a ser de consumo.

Diversos fatores têm impactado nas decisões de muitos brasileiros. Primeiro seria o alto custo de compra, manutenção e burocracias para ser dono de um veículo. Um segundo e crescente fator, sendo boa parte das apostas do setor automobilístico nesse modelo de negócio decorre do desinteresse pelo “sonho do carro próprio”, principalmente entre as gerações mais jovens. Uma pesquisa de 2019, feita pela consultoria empresarial Deloitte, apontou que 56% dos jovens brasileiros das gerações Y e Z consideram “dispensável” possuir um automóvel no futuro.

E o terceiro fator, que poderá consolidar de vez os carros por assinatura, é a pandemia da Covid-19. Buscando alternativas para o transporte público, muitos usuários têm mudado os hábitos de locomoção, evitando coletivos lotados.

A nova realidade das gigantes

O mote do serviço por assinatura é a comodidade. O serviço de carro por assinatura permite que o condutor pague um valor único pelo pacote e já tenha todos os custos de manutenção, documentação, seguro e revisões obrigatórias incluídos. Porém, despesas com combustível, multas e estacionamento, por exemplo, ficam por conta do motorista.

Para usar um carro por assinatura, o motorista deve analisar as suas necessidades, escolher a categoria de veículo que mais o atende e comparar os valores em diferentes empresas. Escolhidos modelo e companhia, basta entrar em contato e analisar os pormenores do contrato, que podem variar bastante de empresa para empresa. Alguns exemplos:

A Renault, lançou em 20 de janeiro o seu programa de carros por assinatura. Chamado “Renault On Demand”, o novo serviço pode ser adquirido pelo celular e tem opções de mensalidades a partir de R$ 879 (caso do Kwid Outsider) a R$ 1.699 (Duster), todos zero quilômetro. “Não sabemos ainda o tamanho da demanda, mas com a pandemia deve ser mais rápido do que imaginávamos antes”, diz Bruno Hohmann, vice-presidente comercial da Renault do Brasil.

Sedã compacto pode ser alugado a partir de R$ 2.099/mês em plano anual de locação. (Foto divulgação)

Atenta ao novo nicho, a japonesa Toyota lançou o “Kinto Share”, o serviço de aluguel inclui modelos híbridos e de sua marca de luxo Lexus. Mais do que um aluguel, a proposta da Toyota se aproxima mais de um teste drive de maior duração, no qual o cliente conhece o carro e pode comprar o veículo se desejar. Os planos de contratação variam de horas até meses.

A Volkswagen apresentou o programa “VW Sign&Drive”, que permite ao cliente escolher os modelos T-Cross 200 TSI e Tiguan Comfortline, o Virtus Highline e das versões Comfortline e Highline do T-Cross, todos modelos 2021. O sedã tem preço inicial de R$ 2.099/mês em plano anual de locação.

A Fiat Chrysler Automóveis (FCA) lançou o “Flua!”. Trata-se de uma modalidade de carros zero-quilômetro por assinatura das marcas Fiat e Jeep. O programa teve seu início em 15 de janeiro, e o serviço está disponível em apenas seis cidades do Estado de São Paulo, além da capital paranaense, Curitiba. No total, serão oito modelos zero-quilômetro da Fiat (Argo, Cronos, Doblò, Ducato, Fiorino, Grand Siena, Strada e Toro) e dois da Jeep (Compass e Renegade). Os planos serão de 12, 24 e 36 meses. As apólices têm 1 mil, 2 mil e 3 mil km liberados por mês. Custos de documentação, manutenção preventiva, assistência 24h e seguro são inclusos no contrato. A contratação do serviço pode ser online ou presencial em uma das 32 concessionárias participantes.

Em suma, esse é o efeito da transformação digital das gigantes do mundo automotivo. Fabricantes estão conscientes de que, além de produzir carros, deverão também oferecer soluções mais abrangentes de mobilidade. E para driblar a crise, é apenas o início de uma reviravolta no negócio do automóvel.