O câmbio manual sofre desgaste, e ele não esconde seus problemas. Saiba identificá-los.
Nos dias de hoje, a presença cada vez maior do câmbio automático nos veículos brasileiros é notável. Contudo, o câmbio manual ainda é o mais utilizado e deve ter alguns cuidados para que seu funcionamento seja perfeito e possa proporcionar para o condutor a segurança e conforto necessários. É muito importante que o condutor manuseie com cuidado o câmbio manual para não desgastá-lo mais do que o normal.
Para a maioria dos motoristas realizar a mudança de marchas é tarefa fácil e habitual, não é mesmo?! Já parou pra pensar em quantas vezes você troca a marcha de um carro ao longo do dia? Muitas vezes! Agora, imagine ao longo do ano? 😱 O câmbio é uma das partes do veículo que sofre mais desgaste com o passar do tempo, e cada vez que você movimenta a alavanca há um desgaste em todo o conjunto, desde as engrenagens até a embreagem.
Desta forma, podemos afirmar que o câmbio é parte fundamental do conjunto mecânico de um carro. Ele funciona como um multiplicador de força do motor. 💪 É a partir da transmissão que as rodas do veículo se movem, com a distribuição de potência e torque de acordo com a necessidade. Com isso, o desgaste torna-se algo natural, o que exige mais cuidados.
Manutenções preventivas serão sempre as opções mais econômicas, e para o mais atentos, o próprio carro costuma dar indícios de que está na hora de procurar uma oficina ou profissional de confiança para averiguar. É inevitável que, com o passar do tempo, haja defeitos no conjunto do câmbio, é natural. No entanto, para não ter prejuízos maiores, vamos prestar mais atenção aos sinais do desgaste da transmissão. Vamos às dicas:
– A marcha ‘arranha’ antes de engatar:
Quando você pressiona a embreagem corretamente e a alavanca dá aquela famosa ‘arranhada’ no engate da marcha, algo não está bom! Não é normal escutar barulhos metálicos nas trocas de marcha, há alguma deterioração dentro do câmbio. É importante saber, que o ‘ruído’ significa desgaste prematuro dos anéis sincronizadores da transmissão. Primeiro pode danificar o anel sincronizador e depois as engrenagens do carro. O anel sincronizador diminui a velocidade de sua respectiva engrenagem para que haja acoplamento perfeito e com um mínimo de atrito. Pode ser também culpa do garfo que movimenta a engrenagem ou da luva de engate ou sinal de falta de óleo na transmissão. Ele pode, por exemplo, ter vazado por um rasgo na coifa da homocinética.
– Um ‘barulhinho desaparece’ ao pisar na embreagem:
Se você escuta no seu carro um ruído estranho que acaba ao pisar no pedal da embreagem, é bem provável que o defeito pode estar no rolamento da embreagem, também chamado de colar da embreagem. A causa para o rangido na peça pode ser a falta da lubrificação, seja pela ação do tempo ou desgaste ou pelo carro ter sido conduzido em um local alagado, como durante enchentes. O rolamento é responsável por empurrar o platô. Por isso, se estiver com barulho precisa ser trocado porque pode pifar completamente e deixar o motorista sem embreagem. É possível trocar apenas o rolamento, mas os fabricantes recomendam que seja feita a troca de todo o kit de embreagem junto, mesmo que não aparente defeitos.
– As marchas escapam:
Motoristas com uma certa experiência, em geral, procedem de maneira praticamente automática no momento em que dirigem um carro. Trocar as marchas é um exemplo clássico, principalmente por ser uma atividade corriqueira. Só que nem sempre o sistema funciona da maneira adequada e uma simples troca torna-se um tormento. Quando isso acontece, o problema pode estar no trambulador. Exemplo: você engata a marcha e arranca com o carro normalmente. Até que a marcha escapa e a alavanca retorna para ponto morto. Se o câmbio não faz barulhos, é bem provável que o causador disso seja o trambulador.
Estamos falando da peça responsável pelo direcionamento correto dos movimentos da alavanca de mudanças para o câmbio nas trocas de marcha. O trambulador traduz para a caixa de câmbio o movimento feito pela mão do motorista. Quando a peça não funciona como deveria, o câmbio deixa de encontrar a posição correta em cada marcha. Isso pode acontecer pelo desgaste natural da peça, mas na maioria dos casos podemos atribuir ao mau uso do câmbio, ou seja, quando os motoristas tem o vício de descansar a mão sobre a alavanca. Há reparos para o trambulador da maioria dos carros, mas um conjunto novo fica longe de ser extremamente caro. Pense nisso! 😉
– Trepidação quando o carro arranca:
Um dos sinais mais comuns de que a embreagem do carro está desgastada é a trepidação ao arrancar com o carro. É sinal de que o disco está desgastado, o que prejudica o acoplamento dele com o volante do motor. Vale também checar se os coxins de suporte do motor ainda funcionam como deveriam. Além de segurar o motor, os coxins filtram as vibrações geradas por ele. Mas perdem sua função quando estão desgastados ou ressecados.
– A alavanca se movimenta:
Você arranca com o carro e a alavanca de câmbio se movimenta? É um problema mais visível em carros com acionamento do câmbio por varão, ou seja, uma barra metálica que leva o movimento da alavanca até o câmbio. Mas também se nota quando o comando é por cabos metálicos, o mais comum hoje. O causador desse movimento é, provavelmente, o coxim do câmbio desgastado. Assim, acaba por permitir que o câmbio se movimente e esse movimento é transmitido para a alavanca.
Para quem não sabe, o coxim é uma peça feita de borracha, com a utilidade, basicamente, de tirar a vibração do chassi do carro. Ele também funciona para diminuir qualquer vibração estranha do motor ou do câmbio na carroceria. Sem ele, os carros iriam trepidar muito e deixar praticamente insustentável o ato de dirigir. Os coxins, geralmente, estão localizados em alguns pontos específicos do carro: no escapamento, no motor, no câmbio e na suspensão. Para que o carro não fique extremamente vulnerável com o coxim ressecado ou rachado, a sua troca é essencial. 👍
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